Oiii Pessoas lindas! Fiquei meio
longe por questões de trabalho, mas hoje é um dia ESPECIAL!
Essa não é a primeira vez que
escrevo de maneira tão aberta sobre um assunto tão particular, e apesar de
saber que é tão arriscado (o preconceito é muito grande), também sei que pode salvar vidas!
Hoje, completo 13 ANOS LIMPA! Ou
seja, são nove anos em que eu decidi ter uma nova vida! TREZE ANOS anos que eu
resolvi largar o vício das drogar por uma nova vida!
Foi uma decisão extremada,
difícil e que me fez sentir aquelas "coisas de novela", mas que me
trouxe muito mais VIDA. Era 15 de dezembro de 2002, quando pela última vez fiz
uso de "substância entorpecente". Eu estava em Marília (SP) onde
cursava faculdade de Pedagogia na UNESP. Então, no outro dia, embarquei para
Campo Grande. Cheguei no sábado onde fui em um show de um grupo com o nome
"Realidade Cruel" onde o MC Douglas que cantava a música
"Depoimento de um Viciado".
A música mexeu muito comigo, me
deixando quase que anestesiada. Eu que na época estudava "cultura
marginal" me vi naquelas palavras. Então começou ali a minha luta.
Conversei com o Douglas e contei a ele que iria parar. Não dava mais! Era muita
"treta". O cantor e compositor de rap me incentivou. Me deu um abraço
e falou:
"Vai com Deus mina, ainda
quero ouvir sua história".
Então eu parei. Foram vários
obstáculos, várias dores, brigas, mas eu iria reconstruir a minha vida. Porque
o mundo das drogas é um mundo de violência e loucura. E não sejamos hipócritas,
um mundo "deliciosamente louco".
Eu não esqueço disso! E tempos depois, tive a oportunidade, quando escrevi um livro sobre criminalidade, de contar minha história para ele. Isso foi em 2006 hein!
Quem fala que droga é só parte
ruim não sabe a sensação de certas coisas. Porém, as consequências são
terríveis! E sim, você perde a noção! Você perde tudo e aquilo que se vê nas
novelas, nas propagandas e na imprensa é tudo realidade.
Eu não precisei ir até uma
entidade religiosa – mas super indico os trabalhos realizados pelas igrejas,
mas buscamos ajuda médica e psicológica para aguentar o tranco. Buscamos sim,
pois a minha família foi junto! Minha mãe, mesmo sem paciência e me dando uns
petelecos de vez em quando e minha irmã Lais, sempre me apoiando. Posso dizer,
que se hoje eu vivo também pra minha irmã, é porque ela – para a Honra e Glória
do Senhor salvou minha vida!
Foram vários medicamentos, várias
visitas ao NA e AA (sim, a dependência cruzada faz com que o usuário em
manutenção acabe abusando do álcool) e muita luta. Foram também lutas intensas
durante internações. Uma sala inteira me dando força - Jornalismo 2006 da UCDB,
e poucos amigos que ficaram.
Prefiro não discorrer sobre o que
eu usei, mas até a "praga do século" entrou nas minhas baladas da
mente abalada. Eu posso dizer que cheguei bem pertinho do abismo!
Mas aí, eu consegui! Vejam só! TREZE
ANOS de uma nova vida!!! E olhem, eu continuo em manutenção! Manutenção eterna.
Já me perguntaram se não tenho
medo de falar sobre isso. Claro, nem tudo são flores. Algumas pessoas ainda tem
preconceito, tratam com ignorância, mas isso já não me abala. Hoje, eu falo
abertamente sobre o assunto e inclusive já dei algumas palestras sobre o uso e
abuso de drogas em escolas e outros lugares.
Minha experiência não é exemplo
para ninguém, é uma experiência. E sempre lembro os adolescentes que converso:
"Não adianta dizerem que é só um golinho, só um traguinho ou só um tirinho,
o bagulho é louco e 90% das pessoas não tem a mesma sorte que eu tive".
Ou seja, é preciso continuar
tratando o assunto com realismo e sinceridade. E é isso.
Hoje, eu tenho uma vida normal!
Sou uma profissional, filha, tia (que pega no pé dos sobrinhos e eles sabem da
minha história!), irmã, amiga e esposa. Já não bebo mais, estou vencendo outra
doença chama obesidade e aprendi a confiar mais em mim.
E querem saber? Diante das
estatísticas, sem modéstia nenhuma: eu tenho ORGULHO DE MIM! Mas tenho mais
orgulho ainda de ouvir das pessoas que elas se inspiram em exemplos assim.
E dividir isso com vocês, é a
melhor parte disso tudo! E digo, se você tem alguém, ou é alguém, nessa situação,
tente, tente outra vez, e mais uma, e mais uma... Há esperança para você!
Porque eu lembro bem, quando
fazia apenas treze dias, o que eu mais queria era usar de novo!
E hoje, o que eu mais quero é
VIVER! E VIVER MUITO!!!!
Fiquem com Deus, e se alguém
quiser ouvir a experiência completa, temos uma turma boa aí para fazer
palestra!